sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Série: Couro Noturno - episódio 1 - O Diário

O Diário


Querido diário...
Precisei começar com sarcasmo. (risos) Estou me sentindo como uma adolescente deslumbrada enquanto escrevo estas palavras. Mal posso acreditar que estou fazendo isso aos 45 anos. Me sinto ridícula.
Mas... minha terapeuta acha que essa é uma boa maneira de trabalhar meus demônios pessoais. Então, cá estou eu.
Não vou considerar um diário, por que não me obrigarei a escrever todo o santo dia. Escreverei apenas quando precisar... como preciso hoje.
Não consigo parar de pensar nele. Maldita hora em que me deixei convencer de que a empresa precisava de mais um funcionário.
Miguel foi contratado ha uma semana, como auxiliar de escritório. Resumidamente, o faz tudo. Aquilo que ninguém tem tempo de fazer, passa para as mãos dele, principalmente a burocracia.
Da vidraça do meu escritório eu o vejo, assim como aos outros funcionários que tem suas mesas ao redor da minha sala. Essa panorâmica nunca me incomodou, até a chegada dele. Agora penso seriamente em redecorar meu escritório... com várias persianas.
Compenetrado em seu trabalho ele nem parece ter 22 anos. A barba premeditada que o ajudou a parecer mais responsável no dia da entrevista de emprego também faz seu papel com maestria. Ele parece um homem maduro, embora exiba um olhar ingênuo as vezes.
E, Jesus... como é bonito. Tem o perfil de uma escultura grega, com um nariz reto e forte que me lembra muito o Davi de Michelangelo. E ainda possui nome de um arcanjo. Miguel.
Ha dias o tenho observado, de maneira tão intensa que meu trabalho tem se atrasado, acumulando-se em minha mesa. Adoro vê-lo sorrir enquanto conversa com os outros, ou a maneira lenta com que coça a barba de leve enquanto está absorto no que lê. Tem sido um colírio para mim apenas observá-lo. E, nas raras vezes em que arriscou um olhar para minha mesa, meus joelhos ficaram bambos.
O que tem esse pivete? Por que não consigo deixar de olhá-lo?
Tenho escapado a noite com uma freqüência bem maior que o costume. Isso tem de parar, porque em breve não terei mais desculpas convincentes para dar a Isaac. Meu marido pode ser distraído e bastante benevolente comigo, mas está bem longe de ser estúpido.
Meus escravos noturnos têm sofrido como nunca. É neles que descarrego minha frustração. O couro do meu chicote está mais macio do que costumava ser... e minha brincadeira menos divertida.
Quando estou na cama com um servo... eu penso nele. Que diabos! Isso me frustra, e volto para casa sem me satisfazer completamente. Variei meus servos nas últimas noites, mas nenhum deles me satisfez.
Eu.. só.. penso.. naquele... maldito... garoto!
Ontem de madrugada tomei um banho demorado mesmo depois de ter transado a noite inteira. Não estava satisfeita, então precisei de um banho bem demorado. Acho que na última vez que me masturbei daquela maneira eu ainda nem tinha idade pra dirigir.
O fato é que precisava aliviar a minha imensa frustração. Me deitei na banheira e, fechando os olhos, eu só via o rosto do meu Davi. Comecei a acariciar os seios lentamente, sentir os mamilos enrijecidos sob a água morna... eu me alisava com firmeza, imaginando o quanto aquelas mãos esguias devem ser firmes no trato com uma mulher. Imaginei-o deitado sob mim na banheira, meu corpo inteiro sobre o dele, minha bunda sentindo sua rigidez aumentar enquanto deitados na água quente. Imaginei sua barba roçando em meu pescoço, a respiração dele no meu ouvido entrecortada pela excitação. Senti suas mãos deslizarem pelo meu corpo, enquanto eu acariciava a mim mesma, imaginando aqueles longos dedos que vejo digitando o dia todo. A barba roçando no meu ouvido. As mãos nas minhas coxas, arranhando-as por dentro, marcando-me a pele debaixo dágua. E eu, excitadíssima, agarrando-me as coxas dele com os dedos crispados, enquanto ele entrelaçava suas pernas nas minhas, imobilizando meus tornozelos.
Senti seus dedos entre as minhas pernas, explorando minha carne, deixando-me ainda mais quente e desejosa. Acariciava minha vulva com dedos habilidosos, pressionando meu grelinho com uma delicada firmeza. Sem que eu esperasse, mordeu-me o lóbulo da orelha enquanto me introduzia três dedos de uma só vez. Arqueei o corpo num êxtase quase instantâneo. Ele retirou a mão, e voltou a me acariciar as pernas.
Minha respiração estava pesada a esta altura e eu havia apenas provado o prazer com ele. Eu queria mais, muito mais.
Segurei o pulso dele decidida e conduzi sua mão de volta ao lugar onde estivera. Ele riu baixinho, uma risada rouca e sexy no meu ouvido. "Putinha", ele sussurrou para mim e me enfiou os dedos novamente. Eu gemi de prazer e ele decidiu que podia me torturar um pouco mais.
Com três dedos introduzidos ainda em mim, ele posicionou o polegar sobre o meu grelo com uma firmeza deliciosa. Então começou a mexer bem devagar, num movimento sinuoso de vai e vem... e, a medida que seus dedos entravam e saíam de mim languidamente, seu polegar roçava o meu grelo, massageando-o. Nossa... como aquilo me enlouquecia. Minha respiração acelerava e eu arqueava o corpo sentindo o êxtase bem perto. Ele roçava a barba em mim novamente enquanto arranhava meu pescoço com os dentes, mordendo-me de leve. Acelerou o ritmo das estocadas, excitando-me com os dedos cada vez mais rápido, enquanto eu gemia continuamente. Quando meu corpo se contraiu pela primeira vez, ele ordenou: "goza pra mim, putinha". Então me liberei num orgasmo longo e delicioso. Ele me atiçava com o movimento contínuo de vai e vem, massageando-me com todos aqueles dedos, e ordenando que eu gozasse mais. Eu me entreguei a um orgasmo após o outro, numa espiral de prazer que começava a me deixar tonta...
Sentindo a cabeça girar, dei um gemido a mais e relaxei meu corpo, exausta. Parecia não haver mundo além de mim, além daquele prazer profundo e extenuante. Mas aos poucos fui voltando à realidade.
Senti a borda da banheira sob meu pescoço, meus membros estirados relaxadamente imersos na água morna. Minhas mãos procuraram ao redor do meu corpo, sem sucesso. Eu estava só, em minha banheira.
Faz muito tempo que minha imaginação não voava tão intensamente. Mesmo eu estando sozinha, acariciando a mim mesma, foi maravilhoso. E satisfatório.
Quase chamei o nome dele enquanto gozava. Miguel... Estreitei os olhos, em reprovação ao meu pensamento. Maldito pivete.
Madalena, Madalena... vou precisar repetir a mim mesma minhas obrigações? Eu tenho um negócio para tocar, aquela empresa precisa de minha autoridade e da minha austeridade. Para aliviar essa pressão, possuo meus servos sexuais, que jamais... JAMAIS, eu disse, farão parte do pessoal do escritório.
Então anote bem, Madalena Maria Oggioni: trepar com o Miguel está fora de cogitação.
Esqueça esse pivete, ouviu bem?
Simplesmente esqueça.

2 comentários:

  1. A imaginação dela voou tão longe que eu quase achei que ela tinha conseguido levar Miguel para a banheira... Quem sabe ela ainda não manda o rapaz embora e sai à caça? Vai saber do que o pivete é capaz?

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  2. Se isso tudo foi só na imaginação, Sammy, imagina quando ela conseguir realmente agarrar o pivete? rsrs.

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